Por Dentro da Lei

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30 de março de 2020

Pesquisadores brasileiros começam a decifrar identidade do novo coronavírus

Sequenciamento genético é efetuado por grupos coordenados por mulheres cientistas


Detalhe do trabalho do LNCC (Foto: divulgação)


Grupos de cientistas brasileiros, atuando em conjunto e coordenado em sua maioria por mulheres, fez o sequenciamento genético do novo coronavírus que circula pelo Brasil, o que permite abrir um banco com informações sobre a identidade que o microrganismo está ganhando desde que desembarcou por aqui.

Segundo os pesquisadores, o vírus já está em mutação, ganhando características próprias enquanto se espalha pela região.

O resultado do trabalho indica também que o vírus chegou ao Brasil vindo, principalmente, da Europa --poucos casos chegaram importados da Ásia. “O estudo confirma que a transmissão comunitária é real ao identificar agrupamentos de vírus muito parecidos entre si”, diz Ana Tereza Vasconcelos, coordenadora do Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).


Pesquisadores sequenciam 19 genomas do Covid-19 no LNCC
Grupo do LNCC, com a coordenadora Ana Tereza Vasconcelos ao centro (Foto: divulgação)

Conhecer as características genéticas do vírus é essencial para a elaboração de novos testes de diagnóstico e também para a produção da vacina contra a Covid-19.

Os pesquisadores destacam que o estudo não indica que o vírus esteja ficando mais letal ou agressivo. A ideia dos cientistas agora é contar com mais grupos de pesquisa pelo país que vão formar uma rede para rastrear os passos do coronavírus e seguir catalogando as mutações.

“É importante ter vários grupos de diferentes regiões trabalhando nisso para entender como é a distribuição do vírus pelo país. A tendência é que esse tipo de tecnologia [para sequenciar o genoma] fique para quando outros vírus aparecerem”, afirma Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical da USP.

Jaqueline Goes de Jesus e Ester Cerdeira Sabino,  da USP (Foto: Rahel Patrasso/Reuters)


No futuro, o banco de dados que está sendo construído pode ajudar a identificar os motivos de uma região ser mais afetada do que outra. Estudos com o genoma do vírus também podem ser feitos com pacientes que tiveram a forma mais grave da doença para investigar se o vírus que os infectou tem alguma característica que o torna mais agressivo.




Fonte: Folha de São Paulo
(para ler a reportagem na íntegra, clique aqui)





Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns aos envolvidos. Mais uma vez vemos a importância do investimento em pesquisas!